Professores municipais de Campos mostram o caminho das conquistas: organização e luta!


por MICHELI BOROWSKY
Militante do PSTU e do Movimento Mulheres em Luta (MML)


 O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) faz uma saudação muito especial ao Movimento Educadores de Campos em Luta (MECL), que vem dando exemplo de mobilização e organização pela base.
O auditório da Universidade Federal Fluminense (UFF), no dia 15 de agosto, ficou pequeno para acolher os mais de 400 professores e professoras da rede municipal que participaram da Assembleia Geral, convocado pelo MECL.

Um justo enfrentamento com governo municipal
  A categoria, além de votar sua pauta de reivindicações, votou também a paralisação das atividades no dia 30 de agosto, dia Nacional de Paralisação convocado pelas centrais sindicais. Diversos trabalhadores da educação, presentes na assembleia,  relataram ataques do governo municipal aos educadores/as e, também, sobre a realidade enfrentada no dia-a-dia das escolas. Nenhuma novidade em se tratando dos Garotinhos. A atual prefeita, enquanto governadora, atrasou pagamento de décimo terceiro salário dos professores estaduais, além de mandar prender, com um mandato de 1976, um dos principais ativistas da greve de 2003, o companheiro Gualberto Tinoco, o Pitéu.
  O marido da prefeita por sua vez coleciona acusações de envolvimento em escândalos de corrupções, de crimes de peculado e abuso de poder econômico. Recentemente Garotinho tem manifestado apoio e pedido absolvição do pastor Marco Pereira acusado de estuprar menores e inclusive ter mandado matar uma delas, além, de declarada conivência com as manifestações homofóbicas, machistas e racistas do deputado Marco Feliciano. Com um currículo destes era difícil imaginar que um deles, à frente da prefeitura de Campo, desse devida valorização à educação pública municipal.

Acerto de contas com a direção do SEPE Campos
  Para piorar a situação, os/as educadores/as se deparam com uma direção do seu sindicato (SEPE Campos) que não defende, não mobiliza e não luta pelos direitos da sua categoria. Infelizmente sindicatos dirigidos pela CUT levam os trabalhadores à apatia, oprimindo-os de tal maneira que se calam, silenciam perante o caos na educação.
   Com a direção do SEPE Campos não é diferente. A maioria dos seus diretores são ligados ao PT, partido este que dirige a CUT, que flexibiliza os direitos dos trabalhadores com a patronal, como no caso do Acordo Coletivo Especial (ACE), projeto de lei proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dirigido pela CUT.
  As direções cutistas não fazem a mínima questão de organizar suas categorias, ao contrário, tentam de forma burocrática dividir e desmoralizar a luta dos trabalhadores. Fazem isso porque desde a chegada do PT ao governo federal trocaram nitidamente de lado, abandonaram as lutas dos trabalhadores em prol da defesa do governo. Foi assim no episódio da reforma da previdência de Lula, nos ataques ao funcionalismo federal.

É preciso seguir o exemplo dos trabalhadores em educação da Capital
  Um ótimo exemplo de resposta aos governos e direções burocráticas é o que tem feito os/as professores/as da cidade do Rio de Janeiro. Na última semana mais de 10.000 trabalhadores em educação foram as ruas da capital para exigir reajuste salarial, educação pública de qualidade já, além de engrossar as fileiras do movimento "Fora Cabral".
    Enquanto o governador mantém relações com empresários corruptos, como Fernando Cavendish dono da Delta construções e responsável pela reforma do Maracanã, ataca e reprime violentamente os manifestantes que exigem sua saída. Há motivos de sobra para que os lutadores em todo Estado se unifiquem na luta para derrubar o governador. A luta dos trabalhadores da educação da capital é a mesma de Campos.

Partido de Esquerda não foge a luta!
  Compondo o campo minoritário do SEPE Campos temos correntes ligadas a partidos de esquerda (PCB e PSOL) ambos com dois diretores. A esses companheiros queremos fazer um fraternal chamado para que pressionem o campo majoritário do SEPE Campos para que reconheçam o MECL como uma organização legítima da categoria.
   É preciso que esses companheiros rompam publicamente com a direção majoritária do SEPE Campos e assumam as bandeiras do MECL. É preciso que os diretores do PCB e do PSOL se somem a construção do dia 30 de agosto, dia Nacional de Paralisações, pela base e que garantam toda estrutura necessária do sindicato para construírmos um grande dia de luta contra a política econômica do governo Dilma.

Orgulho dos que lutam, dos que sonham com um mundo melhor, com um mundo socialista
   Nós do PSTU defendemos o legítimo direito dos trabalhadores se organizarem pela base. Reconhecemos o MECL como setor mais disposto a luta na rede municipal de educação e provou isso na construção da vitoriosa assembleia do dia 15 de agosto. É preciso, a partir desta iniciativa, iniciar uma forte campanha de filiação ao sindicato nas escolas, porque não basta criticar a direção do SEPE Campos, mas, é preciso desde já construir uma alternativa de direção ao sindicato.
  O PSTU se orgulha dos que tem coragem de lutar contra governos e patrões. Para nós é motivo de orgulho ouvir a categoria reconhecendo o PSTU e a CSP-Conlutas como ferramentas de luta. Nas palavras da professora Joailda Corrêa, umas das principais referências da categoria: "Nossa luta teve inspiração na professora Amanda Gurgel, vereadora do PSTU que ousou enfrentar os deputados do Rio Grande do Norte". Nos orgulhamos de ter estado ao lado do MECL desde seu início, e de poder junto com os/as educadores/as da rede municipal construir uma alternativa de luta para a educação de Campos.
   A professora Joailda nos enche de orgulho, bem como, todos os lutadores da rede municipal de educação, que despertaram da apatia imposta pela direção do SEPE Campos. Queremos aqui deixar nossa saudação especial ao MECL e deixar o nosso compromisso de colocar toda nossa força militante para construir o dia 30 de agosto e de lutar junto com vocês na luta pela valorização do funcionalismo da educação municipal.

Saiba mais: