
O incentivo, para os professores e demais funcionários aliviarem a barra da prefeita, será uma gratificação ofertada à escola que atingir as metas projetadas pelo Ministério da Educação (MEC) e também para os servidores das unidades escolares, que, além de superarem a meta da Prova Brasil, indicadas na próxima prova, deverão também atingir a meta projetada para o biênio subsequente. Os valores destas gratificações podem chegar a R$ 400,00 para a escola e R$ 600,00 para os servidores.
O procurador Geral do Município, Matheus da Silva José, disse que o objetivo da criação da gratificação é promover o desenvolvimento da educação básica ao passo que o percentual do Ideb aumente. E a gratificação será um acréscimo na remuneração dos servidores municipais ocupantes de cargos efetivos de professor com regência, orientadores pedagógicos, diretores, vice-diretores e servidores que atuam de forma direta nas unidades escolares avaliadas pelo MEC e vinculadas à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes.
Contudo, além de não terem o valor da gratificação incorporado em seus salários, não serão todos os servidores que terão direito à gratificação. Àqueles em período de férias, licença ou em readaptação funcional não terão direito ao “benefício”, pois, segundo o procurador Geral do Município, eles não contribuirão para o “desenvolvimento da educação no período em que estiverem ausentes”.
Surfando nas ondas de protestos contra Sérgio Cabral, os Garotinhos o tem atacado com bastante veemência, mas fingem esquecer que as políticas educacionais aplicadas no município de Campos dos Goytacazes por eles é igual as aplicadas pelo governador. E esta proposta de Lei visando instituir a referida gratificação é mais uma mostra disto, afinal, não passa de instituir a meritocracia, um sistema de remuneração salarial baseado em desempenho em metas, desrespeitando tanto o princípio de isonomia quanto os planos de carreira vigentes. Sem dizer que, como no governo do estado, a lei do Piso Nacional, que regulamenta a destinação de 1/3 da carga horária docente ao planejamento, em Campos, também não é cumprida.
Ou seja, enquanto os vereadores aumentaram seus próprios salários em 68,1%, a prefeita Rosinha cria mais secretarias municipais para serem ocupadas por mais cargos de confiança, os DAS. E, vale lembrar, esses cargos tiveram reajustes salariais, logo, os secretários municipais passaram a receber R$ 9,4 mil, um valor quase 50% maior do que recebiam. Os professores e demais trabalhadores em educação só receberão algo mais, de acordo com a proposta da prefeita, caso atinjam uma meta quase impossível de se conseguir, uma vez que as condições, para que esta meta seja atingida, não existem.
A proposta da prefeita ignora a angústia de quem vive o dia-a-dia nas escolas e salas de aula. Ignora os trabalhadores que sobrevivem com um salário de fome, trabalhadores obrigados a enfrentar ônibus precários e lotados para chegarem em seus locais de trabalho. A proposta joga nos professores e demais trabalhadores em educação a culpa do caos em que se encontra a educação de Campos dos Goytacazes, quando, na verdade, os verdadeiros culpados pelo caos atendem em gabinetes e secretarias governamentais e nada fazem para resolver a situação.

Esta situação toda é mais uma mostra da necessidade de organização da classe trabalhadora, pois só com disposição e enfrentamento poderemos construir condições dignas de trabalho e vida. Portanto, construir o dia 30 de agosto e lutar junto com as demais categorias que já aderiram à paralisação do dia 30, como os Técnicos Administrativos e Docentes da UFF Campos e IFF, assim como os estudantes da ANEL (Assembléia Nacional de Estudantes Livres) é imprescindível, pois só com luta se conquistará a valorização do funcionalismo da educação municipal.