Solidariedade ao companheiro Léo Zanzi, detido apenas por ser Negro


   Léo Zanzi, reconhecidamente uma liderança no Movimento Negro e presidente do PSOL em Campos dos Goytacazes, estava sentado em um banco na rua Barão da Lagoa Dourada, na altura da av. Pelinca no início da noite de ontem (09/08), quando foi abordado por uma patrulha da polícia militar, apenas por ser negro e estar em um local que, no ponto de vista dos policiais, não é adequado para um homem negro ficar.
   Na abordagem, um policial perguntou se Léo estava armado e obteve a resposta de que não, Léo não estava armado. O policial insistiu e disse que não estava de brincadeira. Nosso companheiro de lutas retrucou dizendo que também não estava de brincadeira, que entendia as atribuições do policial mas que exigia respeito na abordagem. O policial perguntou se Léo estava de carro e teve a resposta de que sim e que poderia revistá-lo.

   No ato de revista ao carro, ao dar dois passos para trás para fazer uma ligação e informar aos seus pares o que estava acontecendo, Léo foi obrigado a escutar gritos como se fosse um bandido. Mas, como todo inocente não tem o que temer, retrucou dizendo que entendia que o policial tinha suas tarefas para executar, no entanto sabia exatamente quais eram os seus direitos enquanto cidadão e atravessou a rua para poder fazer a ligação da calçada. O policial, sentindo-se afrontado com a resposta diante de seu abuso de poder, sem dizer nem uma palavra, apenas agarrou Léo pela cintura (segurando seu cinto) e o jogou dentro da viatura, como se fosse um navio negreiro, e o conduziu para a delegacia.
   No carro foi achado o óbvio: NADA. Na delegacia, com a presença e manifestação de amigos e companheiros dos movimentos sociais , também, do corpo jurídico destes movimentos, os policiais pediram para “deixar o assunto pra lá”. Contudo, como um lutador não foge a luta, o caso terá prosseguimento e o abuso destes policiais está sob investigação.

Desmilitarização da PM Já!


   Nós do PSTU somos solidários ao companheiro de lutas e exigimos total rigor nas investigações do ocorrido, assim como punição para estes policiais racistas e despreparados. O PSTU defende a imediata desmilitarização da PM. Esse deve ser o primeiro passo rumo à dissolução da Polícia e da criação de uma força de segurança pública civil, controlada pelas comunidades e pela população.
   Pois ações como a que aconteceu com Léo Zanzi não são eventuais. No Rio de Janeiro, por exemplo, o pedreiro Amarildo segue desaparecido após ser detido pela PM. Em Santos, o auxiliar de limpeza Ricardo foi executado com oito tiros dois dias depois de sofrer uma agressão policial e uma investigação ser instaurada. Milhares de trabalhadores, negros e pobres morrem pelas mãos assassinas da Polícia Militar todos os dias. A Polícia Militar é uma máquina de matar inocentes e de repressão às manifestações populares.