Apesar da CUT e dos Garotinhos... Educadores de Campos seguem em Luta!!


GUSTAVO SIQUEIRA
Coordenador Campos da CSP-Conlutas
Direção Municipal do PSTU


   Desde o dia 11/07 os trabalhadores em educação da rede municipal de Campos dos Goytacazes vêm dando mostras de sua disposição de reverter o caos na educação instalado em nosso município. Participaram deste dia, chamado pelas centrais sindicais como dia nacional de lutas, junto com outras categorias que em uma bonita manifestação bloqueou a BR 101 por mais de 20 minutos. Naquele momento as centrais sindicais existentes em nossa cidade assumiram o chamado e as ações, entre elas a CSP-Conlutas. Empolgados com as jornadas de junho, que sacudiram o país, e ainda com a construção do dia 11/07 os trabalhadores em educação de Campos procuraram a CSP-Conlutas e o PSTU no intuito de apoiar a luta desta categoria que há anos sofre com os desmandos dos Garotinhos e com o descaso da direção majoritária do SEPE Campos (articulação/PT).

   A categoria se mobilizou e logo na primeira reunião de diálogo com a CSP-Conlutas mais de 90 professores estavam presentes. Desta reunião a disposição de luta só aumentou. Tanto que, no dia 15/08, em uma assembléia no auditório da UFF mais de 600 profissionais da educação demostraram sua insatisfação com o governo municipal e com o setor majoritário do SEPE. E assim foi aprovada a paralisação do dia 30/08, como parte do dia nacional de paralisações e como pontapé inicial do enfrentamento com os Garotinhos. Mais de 2000 trabalhadores tomaram as ruas de Campos no dia 30/08, em sua ampla maioria profissionais da educação municipal.
   Neste mesmo dia a força do movimento fez com que uma comissão de representantes do movimento fosse recebida pela secretaria de educação, pelo secretário de administração e pelo procurador-geral do município. Estavam compondo a comissão 3 professoras do Movimento Educadores de Campos em Luta (Joailda, Luciana e Maria Helena), que reivindicam a CSP-Conlutas, o professor do IFF, Gustavo Siqueira coordenador da CSP-Conlutas em Campos, 2 diretores do SEPE Campos, um da Intersindical (PSOL) e outro da Unidade Classista (PCB). Após apresentada a pauta, o governo municipal pediu um prazo e se comprometeu, no dia 23/09, a apresentar sua resposta às reivindicações do movimento a esta comissão.
   No dia 11/09 a categoria chamou nova assembléia, desta vez no campus centro do IFF, para preparar as bases para a reunião do dia 23/09. Para surpresa e revolta geral da categoria a direção majoritária do SEPE Campos (articulação/PT) ligada a CUT tentou de forma truculenta tumultuar e inviabilizar a assembléia. Percebendo o que estava acontecendo, a categoria imediatamente repudiou a atitude da direção majoritária e exigiu que fossem encaminhadas as demandas da categoria, que até então vinha se organizando pela base.
   Neste dia 23/09 outra bonita demonstração da disposição de luta dos trabalhadores em educação que em plena segunda-feira, as 15h, reuniram mais de 500 profissionais em frente a Secretaria Municipal de Educação para aguardar a reunião de negociação da comissão com o governo. Mas, para frustração geral, ao chegarmos na secretaria fomos informados que não seríamos recebidos porque a direção majoritária do SEPE Campos havia enviado um ofício dizendo que não reconhecia o movimento e que estava fora de qualquer negociação com o governo. A direção majoritária do SEPE não contente em tentar desmontar o movimento na assembléia do dia 11/09 passou todos os limites possíveis da sensatez. Mesmo observando todo movimento da categoria desde o dia 11/07, ignorou e subestimou o movimento, sobre o dia 30/08 chegou até mesmo ao cúmulo de espalhar boatos de corte de ponto para desmobilizar a categoria. Até aí compreensível já que se trata de uma direção burocratizada e ligada a CUT que há muito tempo trocou a luta dos trabalhadores pela governabilidade.
   O SEPE Campos majoritariamente dirigido pela articulação/PT não garantiu a mobilização dos trabalhadores em educação da rede estadual em nossa cidade, e que no Estado até hoje seguem em greve, será que é devido ao fato de o governo Dilma ser aliado de Cabral, governador do Rio? A direção majoritária do SEPE Campos desautoriza o Movimento Educadores de Campos em Luta, que reivindica a CSP-Conlutas, será porque esta central além do Cabral e dos Garotinhos também questiona a política econômica do governo Dilma? A direção majoritária do SEPE Campos deu uma clara demonstração hoje de que faz a mesma política cristalizada da CUT: vira as costas para os trabalhadores para defender os governos!
    O governo dos Garotinhos por sua vez se aproveita do “favor” da direção majoritária do SEPE Campos para atacar o movimento. Depois da direção majoritária do SEPE Campos enviar à secretaria de educação um ofício de que não reconhecia o movimento, os cães de guarda dos Garotinhos se utilizaram de tal documento para não receber o movimento. Poderíamos até perguntar: mas se esse mesmo grupo político que governa Campos apóia a greve dos professores no Rio, porque não atendem a educação aqui? Simples, porque os Garotinhos só são oposição quando lhes convém. Dilma, Cabral e os Garotinhos são todos farinha do mesmo saco, já que seus partidos (PT, PMDB e PR) são todos base de sustentação do governo no congresso nacional.
   Por tudo isso que nós da CSP-Conlutas e do PSTU estamos ao lado do Movimento Educadores de Campos em Luta, por que entendemos que só a luta muda a vida. Por que entendemos que é preciso que o movimento tenha independência política de governos e direções, e isso hoje foi uma aula, sem apoio financeiro o próprio movimento com arrecadação voluntária de cada profissional presente garantiu a estrutura da atividade.
    Queremos deixar aqui nossa disposição militante para enfrentarmos todos estes obstáculos, a burocracia sindical e o governo, e afirmar nosso compromisso com a categoria de que estaremos sempre nesta e em outras lutas. Nós da CSP-Conlutas e do PSTU queremos aqui assumir publicamente que estaremos lutando ombro a ombro com os educadores e com todas as outras categorias que se levantam contra a opressão e a exploração.

* REAJUSTE DO SALÁRIO BASE JÁ!
* ELEIÇÕES DIRETAS PRA DIRETOR JÁ! NÃO A LISTA TRÍPLICE!
* ROMPIMENTO IMEDIATO DO CONTRATO COM A EMPRESA EXPOENTE! PELA AUTONOMIA PEDAGÓGICA DOS EDUCADORES!
* PELO IMEDIATO INVESTIMENTO DE 30% DO ORÇAMENTO DO MUNICÍPIO EM EDUCAÇÃO!